Presépio do ceramista Relvas


Demos a conhecer, especialmente neste mês de dezembro de 2010, três peças do presépio, da autoria do ceramista Relvas, depositado no Museu Municipal de Coruche.


José David Esteves nasce em Lisboa, em 1927, iniciando com 17 anos o seu percurso, na Fábrica Viúva Lamego, como modelador de cerâmica. Durante 17 anos contactou de muito perto com grandes figuras das artes plásticas, como Querubim Lapa, Leopoldo Almeida, Almada Negreiros, Manuel Cargaleiro, Jorge Barradas, Estrela Faria, entre outros. 
Em 1961 ruma até Lourenço Marques, hoje Maputo; muito embora não trabalhe como ceramista, mantém o interesse, o que o leva a colaborar, mais tarde, com a escultora alemã Ula Hanzel e também com Querubim Lapa nos painéis de entrada do Banco Nacional Ultramarino de Maputo. 
Regressa a Portugal em 1977, mas só um ano mais tarde volta às artes plásticas, ao se envolver no projeto Cerâmica Artista ML Valente, Lda. 
Três anos mais tarde, fixa residência em Coruche, aliciado pelo projeto Cerâmica Artística e, em 1981, inicia funções na Câmara Municipal de Coruche, primeiramente como desenhador. Todavia será nas artes plásticas que vai centrar posteriormente toda a sua atividade.
São inúmeros os trabalhos que realiza no concelho de Coruche, sendo que muitos deles podem ainda ser apreciados, tais como os painéis de azulejos do Pavilhão Municipal e das creches da Azervadinha e da Quinta do Lago, do lar de idosos da Lamarosa, as placas toponímicas da vila, o busto da República existente nos Paços do Concelho, entre muitos outros.
No ano de 2002 é-lhe atribuído um espaço de atelier no Museu Municipal de Coruche, onde começa igualmente a desenvolver trabalhos diversos.
O modelador/ceramista Relvas, como sempre assinou todos os seus trabalhos e por cujo nome ficou conhecido, faleceu em 2005.

Baseado no texto da autoria de Margarida Antunes Esteves, no catálogo da exposição temporária Coisas da Idade, patente no Museu Municipal de Coruche de 31 de maio a 13 de jullo de 2003.

Atualizado em 27-04-2020