Antecedentes e história do edifício


O Museu Municipal de Coruche teve como razões para a sua constituição a antiguidade histórica de Coruche, o considerável espólio arqueológico, etnográfico e documental existente, a necessidade de prevenir a dispersão e destruição desse mesmo espólio e a necessidade de inverter o isolamento cultural face aos grandes centros.


O mesmo deriva dos esforços feitos junto da Câmara Municipal pela Associação para o Estudo e Defesa do Património Cultural e Natural do Concelho de Coruche, patente em ata da mesma Associação, já em março de 1987, onde se fala pela primeira vez na necessidade de criação do Museu. Desta necessidade adveio a campanha Pró-Museu, ainda no mesmo ano, que resultou na entrega na Câmara Municipal (Reunião de Câmara de 14-10-88) das folhas de recolha de assinaturas de apoio à construção do Museu.



HISTÓRIA DO EDIFÍCIO

De acordo com o testemunho de Dona Maria Guilhermina Cunhal, última herdeira da casa, o edifício que acolheu o Museu Municipal tem cerca de 300 anos de existência. No entanto, não pôde precisar a data da sua construção pois não existe nenhum registo da época. 

Por volta de 1870, Alfredo Augusto Cunhal, advogado de Seia, veio para Coruche exercer Direito, onde conheceu Mariana do Castelo da Silva Lopes, com quem veio a casar. É nessa altura que o casal adquire o edifício na Rua dos Guerreiros com o objectivo de fixar residência.

Nesse período o prédio apresentava uma arquitectura diferente e necessitava de algumas obras de recuperação e conservação, motivo pelo qual Alfredo Cunhal reformulou a casa, incluindo a sua fachada, que até então era pouco trabalhada arquitectonicamente.

A casa era constituída por dois pisos, encontrando-se no rés-do-chão as cavalariças, os canis, as casas dos criados, o celeiro e a casa dos arreios. No primeiro andar zona de habitação. Como paisagem podiam-se observar as águas do Sorraia, que em épocas de cheia inundava todo o quintal, chegando às escadas que davam acesso ao piso superior. Sendo a casa inicialmente rural, com o tempo e com as transformações e remodelações que foi sofrendo tornou-se cada vez mais urbana.

Em 1944 Afonso Cunhal Patrício, pai de Maria Guilhermina, fez uma profunda remodelação na casa para aí viver depois de casar. São fechadas algumas partes do quintal para transformar em varandas, acrescentadas algumas divisões e o edifício é dotado de água canalizada e esgotos. Depois de Afonso Cunhal Patrício falecer a casa ficou para os seus dois filhos, Alberto e Maria Guilhermina (que na altura vivia na Venezuela). No entanto, aquando das partilhas, a casa ficou na posse de Maria Guilhermina, que a vendeu posteriormente à Câmara Municipal de Coruche.

Atualizado em 23-11-2021