O Carnaval em Coruche - século XX
O Carnaval surge no calendário como a festa que marca a transição do inverno para a primavera. É uma festa móvel, determinada pela Lua, tradicionalmente associada a cultos da vegetação, cujos rituais visavam a fertilidade, num período de grande inconstância climatérica e de incertezas quanto ao resultado das sementeiras.
Em Coruche eram muitas as manifestações rituais com que se celebrava o Carnaval. De acordo com os inúmeros testemunhos, esta época constituía um momento de exceção no dia a dia da comunidade, permitindo comportamentos de proximidade e convivialidade. Caracterizava-se sobretudo por tempos de excesso e de sátira, vividos por todo o concelho com as “caqueiradas”, o “jogo da panela”, as “comadres” e os “compadres”, o “jogo do enganchar” e o “enterro do galo”. Ritos carnavalescos baseados no barulho, sujidade, divertimento e afronta, que configuravam em si uma natureza de purificação e expulsão das forças “malignas” do inverno.
Catálogo: "Coruche: o Céu, a Terra e os Homens" (p. 178-182)
Nos dias de Carnaval, de domingo a terça-feira, havia o que se designava de “rusgas”, grupos de pessoas mascaradas que se agrupavam e percorriam as ruas brincando e fazendo imenso ruído. Entretanto eram organizados bailes por todo o lado, tanto na rua como nos terreiros, ou em casas particulares, ou ainda em salões de baile.
Ajude-nos a identificar as pessoas presente nesta foto, publicada no catálogo da exposição "Coruche: O Céu, a Terra e os Homens", p. 178.
Atualizado em 31-03-2022