Na atual conjuntura pandémica, em que as casas são mais intensamente vividas, recordamos o livro “O que nos dizem as casas”, de 2006, da autoria e design de Carlos Janeiro. Uma publicação do Museu Municipal de Coruche no âmbito da coleção Trajetos da História, que conta já com a edição de quatro monografias. Convidamo-lo a ler e a refletir sobre o tema em questão, que o arquiteto apresenta em jeito de ensaio.
Efetivamente tudo tem um tempo e o tempo deixa marcas. Na vila de Coruche muitos são os olhares que podemos fazer sobre o património edificado, não só observando os imóveis de per si, mas também analisando o conjunto dos mesmos. Na Praça da Liberdade, centro da vila, a história que se pode contar é secular, fruto da dinâmica de um sítio que sempre foi vivido e construído, cujo mosaico cenográfico urbano suporta uma identidade coletiva. Pelo que, de entre o conjunto edificado da Praça da Liberdade, em Coruche, o nosso olhar fixou-se num edifício de três pisos, aquele que apresenta uma cércea superior a todos os outros e cuja arquitetura é mais moderna, tida como “dissonante”, tornando-se indispensável um saber mais...
A partida de Heraldo Bento, o Sr. Heraldo, como lhe chamávamos com todo o respeito e carinho, foi fortemente sentida na comunidade coruchense. Mas, como escreveu Fernando Pessoa, “A morte é a curva da estrada, morrer é só não ser visto”. Assim será!